Música da Antiguidade, na História da Música, designa a música
desenvolvida na Idade Antiga, no seio das primeiras civilizações a utilizarem a
escrita, estabelecidas em várias partes do mundo. A música desta época
estabeleceu as bases para todo o desenvolvimento musical posterior.
As primeiras civilizações musicais se estabeleceram principalmente
nas regiões férteis ao longo das margens de rios na Ásia central, como as
aldeias no vale do Jordão, na Mesopotâmia, Índia (vale do Indo atualmente no Paquistão),
Egito (Nilo) e China (Huang He). A iconografia dessas regiões é rica em
representações de instrumentos musicais e de práticas relacionadas à música. Os
primeiros textos destes grupos apresentam a música como atividade ligada à
magia, à saúde, à metafísica e até à política destas civilizações, tendo papel
frequente em rituais religiosos, festas e guerras. As cosmogonias de várias
destas civilizações possuem eventos musicais relacionados à criação do mundo e
suas mitologias frequentemente apresentam divindades ligadas à música.
A música da antiguidade clássica, sobretudo a música grega
estabeleceu as bases para todo o sistema de modos e escalas utilizado na música
ocidental.
Dentre os povos da Mesopotâmia, os Sumérios foram os que mais se
destacaram culturalmente. De origens incertas, este povo estabeleceu uma
civilização há cerca de seis mil anos. A rica cultura de Sumer floresceu e
influenciou, por mais de três mil anos, todos os povos da Ásia Central, como os
assírios, cananeus, egípcios, fenícios, babilônios e hebreus. A música exercia
papel importante nos ritos solenes ou familiares. Não foram encontrados
registros de um sistema de notação musical, mas alguns documentos cuneiformes
datados dos séculos XVIII a.C. a XV a.C. atestam a existência de uma elaborada
teoria musical. Trabalhos de tradução publicados pelo padre Gurney e Marcele
Duchesne-Guillemin entre 1963 e 1969 revelam que estas tábuas tratavam de um
sistema de afinação para uma Lira de nove cordas e, por extensão, permitem
estabelecer que os sumérios possuiam, além das escalas pentatônicas mais
usuais, uma escala diatônica de sete sons.
Foram encontrados também, vestigios de diversos instrumentos
avançados para a época. Uma harpa de cordas percutidas, ancestral do Piano,
flautas de cana e de prata, liras de cinco a onze cordas, uma espécie de alaúde
de braço longo e uma harpa com coluna de apoio (por volta do Século XXV a.C.).
Assírios
Egito
Estudiosos acreditam que a música no Antigo Egito tenha origens
tão remotas como a da Mesopotâmia. Graças a frescos em templos e túmulos, é
possível reconstruir com relativa precisão o desenvolvimento dos instrumentos
musicais e o uso da música na civilização egípcia. Entre o sexto e o quarto milénio
a.C., após o estabelecimento das primeiras cidades, a dança era a principal
manifestação musical e os instrumentos provavelmente vieram do sul da África e
da Suméria.
Na época do Império Antigo, entre a III e X Dinastias, c. 2635 a
2060 a.C., a música egípcia viveu seu auge. Muitas representações mostram
pequenos conjuntos musicais, (com cantores, harpas e flautas) e inscrições
coreográficas descrevem danças realizadas para o Faraó. Acredita-se que este
tenha sido o período de maior florescimento da arte musical egípcia.
No Império Médio (XI a XVII dinastia) conjuntos maiores e até
orquestras são representados. Entre os instrumentos, há harpas, alaúdes, liras,
flautas, flautas de palheta dupla (oboés), trombetas, tambores e crótalos. No
Império Novo (XVIII a XX dinastia), estes instrumentos se aperfeiçoam. A música
passa a ter papel ritual e militar.
Alguns destes instrumentos foram encontrados em escavações de
pirâmides, templos e túmulos subterrâneos do Vale dos Reis, mas infelizmente,
nenhum deles de afinação fixa. Isso impossibilita definir que tipos de escalas
musicais eram utilizadas. Não foi encontrado nenhum texto que permita deduzir a
existência de um sistema de notação e também não há textos sobre teoria
musical. Aparentemente isso se deve ao fato de que os músicos não gozavam,
entre os egípcios, do mesmo status que tinham entre os sumérios. Muitos
afrescos mostram músicos sempre ajoelhados e vestidos como escravos. A posição
subalterna não permitia a transmissão dessa arte pouco valorizada através dos
textos.
A cultura musical do Egito Antigo entrou em decadência junto ao
próprio Império. Com as sucessivas invasões, a música do Egito passou a ser
influenciada pelos gregos e romanos, perdendo totalmente sua independência.
Músicos gregos são contratados para integrar a corte e trazem consigo alguns de
seus instrumentos. Até uma espécie de órgão hidráulico foi encontrado. Alguns
musicólogos acreditam que os últimos vestígios da música faraônica ainda possam
ser identificados na liturgia copta.
Hebreus
O papel social da música, no entanto é bem conhecido e os textos
do Antigo Testamento estão repletos de relatos sobre instrumentos e sua
utilização religiosa ou em festas. Entre os instrumentos mais utilizados estão
vários tipos de instrumentos de sopro (trombetas e trompas, como o shofar,
flautas, oboés), percussão (tambores, sistros e crótalos) e cordas (como liras,
cítaras e harpas). A música tinha papel importante nas festividades e nas
atividades do Templo de Jerusalem.
Índia

China
Após o estabelecimento da civilização chinesa no Huang-He, a música
começou a ter papel importante. Os músicos tinham um papel social respeitado e
os instrumentos musicais tiveram grande desenvolvimento. Vários instrumentos de
cordas (liras e cítaras) bem como o sheng (órgão de boca com palhetas livres)
já existiam no terceiro milénio a.C.
O sistema de escala chinês (sistema Lyu), baseado em tubos
diapasões que fixam as relações de intervalos foi criado no reinado de Huang-Ti
(2698 a.C. a 2598 a.C). Este sistema continua em uso até hoje com pouquíssimas
alterações. Não se sabe se houve um sistema de notação, pois um decreto
imperial em 212 a.C. ordenou a queima de todos os livros. Apesar disso, a
música sobreviveu através de ensinamentos tradicionais e influenciou a música
de todos os países do leste asiático.

Grécia – Grande parte da terminologia musical, dos modos musicais
e dos tipos de temperamento (afinação) das escalas tem origem na teoria musical
grega.
No século VI a.C. Pitágoras demonstra proporções intervalares,
numéricas, na formação das escalas musicais. São bases severas para evitar o
subjetivismo incontrolável. A essa posição se opõe Aristogenos de Tarento, para
quem a base de uma teoria musical não é numérica e sim a experiência auditiva.
Os gregos desenvolvem vasta teoria e produção musical ligada às
festividades e ao teatro. Uma parte dessas composições é recuperada graças à
notação musical baseada no alfabeto, como os Fragmentos de Eurípedes e a Canção
de Seikilos.
Os romanos recompilam, nos séculos II e IV a.C., a teoria musical
grega. Destacam-se Euclides de Alexandria (século III a.C.), Plutarco (século I
a.C.) e Boécio, que no ano 500 d.C. traça as bases da teoria musical da Idade
Média latina.
Música erudita ocidental
Assim como em outras culturas, no ocidente distingue-se a música
popular, de bases coletivas, da música erudita, cujo código nem sempre é
acessível a todos. Essas duas vertentes ora se tocam, ora se afastam, a ponto
de uma criar transformações na outra.
A história da música erudita ocidental está associada à Igreja, às
cortes, aos salões da burguesia, às salas de concerto e às universidades.
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_da_Antiguidade
http://harmoniacarlucha.blogspot.com/2009/09/musica-na-antiguidade.html
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